[FP] Roux Charbonnier, Gwenäelle

Distante e fechada, sua mente é um mistério. Por causa do autismo, Gwenäelle é insensível em relação ao medo, dor e a outras pessoas. Pela psicose, sua mente é desorganizada e invadida por alucinações e delírios. Por ambos distúrbios, sua interação social quase não existe. Suas respostas ao ambiente são vagas e instáveis, nunca sendo garantidas. Devido a esta característica, ela acaba utilizando as pessoas como quer e respondendo ao ambiente como quer, independente da verdade, além de seguir apenas as próprias regras. Gwenäelle é por vezes muito hiperativa ou extremamente inativa, características afetadas pela sua habilidade motora irregular. É sem expressão e extremamente quieta, só falando quando algo relacionado á situação vem a sua cabeça, sendo suas falas normalmente fruto da ecolalia, ou seja, repete palavras e frases escutadas anteriormente em um período distante ou próximo de sua vida. Gwenäelle não faz nenhuma referência social e age como surda, não respondendo ao chamado de seu nome. A garota é acostumada a rotinas e resiste a mudança destas e pode ter acessos caso alguém tente mudar isso. Gwenäelle aparenta insensibilidade em relação a dor e não conhece o verdadeiro significado do medo, podendo se colocar em situações perigosas. Desde pequena, ela vive sozinha, procurando pela solidão e a apreciando. Tem dificuldades para expressar necessidades e desorganização sensorial. Por causa da psicose, tem muita insônia e pode acabar passando muitas noites seguidas sem dormir e não aparentar nada em relação a cansaço ou sono. O seu sadismo está relacionado a suas ilusões, onde ela vê pessoas se machucando e sangrando, incluindo ela mesma. O objetivo de Gwenäelle é tentar realizá-las de verdade, podendo ferir outros de verdade sem medo ou sem se arrepender, até mesmo podendo não perceber o que realmente fez. Gwenäelle também pode ser extremamente manipuladora e perversa inconscientemente. O autismo lhe proporcionou inteligência acima da média, permitindo-a realizar e entender coisas complexas, mas desconhecer completamente ensinamentos simples e básicos. É bastante artística e tocar violino e desenhar são atividades realizadas constantemente por ela, servindo também de porta para sua mente bloqueada. Ela é incrivelmente perceptível e observadora podendo descobrir distúrbios dos outros com a simples observação da face e principalmente olhos. Parece que todas as mentes são decifráveis, exceto a sua.

Gwenäelle é alta e extremamente magra, chegando a ter uma aparência corporal esquelética. Sua pele é alva e seu rosto é contornado por sardas. O seu cabelo ruivo é uma cascata de fios ruivos e vermelhos sedosos, tendo leves cachos na ponta. Raramente usa maquiagem devido a sua habilidade motora irregular, porém gosta de prender o cabelo com tranças laterais, penteado que adotou como seu favorito. Seu rosto está constantemente com uma expressão séria e vazia, embora suas orbes demonstrem o contrário. Seus olhos são grandes e sua coloração é de um azul intenso, como o da água cristalina. Longos cílios negros o envoltam, logo abaixo de um par de sobrancelhas igualmente ruivas. Pelo seu físico, suas curvas acabam se acentuando ainda mais do que o normal. Gwenäelle nunca ligou para qualquer coisa do tipo, afinal para que serve a beleza, se você nem ao menos se dá conta – ou se importa – com ela?

Gwenaëlle Roux nasceu em Marshela, uma das cidades mais populosas, pobres e perigosas da França. Sua mãe era uma mulher que ,na maioria do tempo estava desempregada, e que sofria de alcoolismo. Seu pai estava na cadeia e seu padastro era um homem violento que permanecia todos os dias em casa fumando e assistindo televisão. Gwenaëlle sofreu maus tratos até os cinco anos de idade, quando foi levada pelo serviço social e virou politicamente órfã.

Após ser transferida para um grande orfanato em Paris, a garota demonstrou pouca ou nenhuma interação social e rapidamente foi diagnosticada como autista. Por causa do distúrbio, sua fala foi afetada e sua inteligência foi elevada, fazendo-a ter facilidade com coisas complexas e ter dificuldade com as mais simples e básicas. Por causa do distúrbio, poucas pessoas tinham paciência para ela e ninguém se interessava em adotar uma criança problemática. Reconhecendo que Gwenaëlle precisava de atenção especial, foi transferida para outro orfanato, sendo que este tinha como principal objetivo crianças com distúrbios mentais, assim como ela. Lá, a garota aprendeu a controlar parcialmente suas habilidades motoras e se desenvolver superficialmente.

Com sete anos, suas características sádicas começaram a surgir junto com as suas ilusões. Ela olhava ao redor e via pessoas sangrando e gritando, sangue nas paredes e caos, mas quando piscava tudo desaparecia. No começo aquilo lhe perturbou, deixando-a com insônia e pesadelos, porém com o tempo ela descobriu que apreciava aquelas imagens. No começo era difícil separar as alucinações da realidade, confundindo-a constantemente. Ela tentou ir para psicólogos e especialistas, mas nada adiantava, pois sempre permanecia calada.

Com o tempo ela descobriu a própria terapia e com ele um novo objetivo surgiu: transformar as alucinações em realidade. E foi quando Gwenaëlle começou a jogar cacos de vidro no chão para que crianças machucassem os pés, agulhas no fundo de mochilas ou em encostos de cadeiras para que as pessoas se machucassem propositalmente e usar facas e canivetes para ferir os outros, sobretudo os que lhe incomodavam. Psicólogos então concluíram que religião pudesse ajudar na sua cura e aos dez anos, foi mandada para um internato religioso. Neste ela aprendeu a desenhar e a tocar violino para missas, sem contar que escutou milhares de discursos pagões sobre drogas, álcool, adultério, Deus e Satanás. Seis meses depois, Gwenaëlle foi convocada a um projeto solidário em Jerusalém.

Tudo parecia correr bem na Terra Sagrada e apesar de a garota não ajudar ninguém, ela continuava fazendo o simples trabalho de calcular quantos suprimentos haviam acumulado lá. Como a cidade é uma terra constantemente em guerra, Gwenaëlle aprendeu a usar armas, fato que estragou sua viagem após atirar inconscientemente em um homem, quase o matando.

Mesmo passando pouco tempo no colégio católico, a garota seguiu os seus mandamentos, já acostumada a rotina oferecida pelo lugar. Com onze anos, a garota passou um ano na cadeia juvenil de Paris, porém foi liberada mais cedo devido ao autismo. Um ano depois, com doze anos, a garota começou a ser adotada por diversas famílias diferentes que sempre a largavam pouco depois. Também passou grande parte do tempo em uma clínica psiquiátrica, onde não houve avanço nenhum.

Finalmente, com quatorze anos, um casal de estrangeiros diplomatas da Alemanha, ao visitar o orfanato onde Gwenaëlle estava, começaram a apreciar suas habilidades artísticas e independente de seus distúrbios, decidiram a adotar definitivamente. Aquela foi a primeira prova de amor e família que garota vira em tudo sua vida e embora ignorasse o ambiente na maioria do tempo, ela gostou deles.

Gwenaëlle passou a morar em Berlim, capital da Alemanha sob a atenção do serviço social Francês, e com seus novos pais aprendeu a falar alemão, voltando também a cursar uma Academia católica. Com eles, ela também adotou o sobrenome Charbonnier. Seu estado começou a melhorar depois de anos, porém tudo foi estragado ao ela ser mandada para um Acampamento de verão, onde escondeu uma faca na cama de uma garota, fazendo mais uma vez que outra pessoa quase morresse em suas mãos.

O serviço social a transportou de volta para Paris, onde permaneceu na prisão juvenil mais uma vez. Aquela havia sido a gota da água e após contratos e acordos, foi decidido que Gwenaëlle apenas voltaria a sua família adotiva caso frequentasse uma clínica mais uma vez. Porém, dessa vez, não seria uma qualquer. Seria o Infinity Institute.

~> Entre todas as brincadeiras sádicas favoritas de Gwenaëlle, a sua favorita era espetar as pessoas com diversas agulhas e pregos, fazendo com que a dor fosse prolongada, fresca e grande.
~> Muitas das escolas em que frequentou durante a sua estadia em casa de tutores eram cheias de meninos e meninas que lhe chamavam de retardada e outros adjetivos piores. Gwenaëlle se vingava de todos os eles, utilizando desde compassos a tesouras e facas.
~> Seu maior entreterimento é desenhar. Seu sadismo ficou presente nessa arte, quando ela desenhava pessoas sangrando, morrendo ou matando.
~> Durante sua estadia em Jerusalém, viu pessoas feridas e mortas o que alimentava o seu ânimo e a fazia se sentir extremamente viva, apesar de tudo.
~> Suas alucinações variam desde sussurros inexistentes, sangue, pessoas gritando e coisas que nem ela mesma pode exatamente definir.