[FP] Learner Hepburn, Kayra

Cabelos loiros reluzentes, chegando perto do dourado, o tamanho é na maioria das vezes incerto já que quase sempre aparece com os cabelos cortados na altura do queixo sem se lembrar como isso aconteceu. Os olhos de uma coloração castanho esverdeado, na maioria das vezes acontece uma alteração de melanina quando a outra personalidade assume. Um sorriso acolhedor, pele pálida e lábios tão vermelhos quanto sangue. Seu corpo possui curvas desejáveis, o que a deixa bem atraente. Tem uma tatuagem na costela esquerda e isso junto com cigarros e bebidas alcoólicas é uma das mínimas coisas que as duas personalidades gostam em comum.

Kayra – Simpática, divertida, extremamente inteligente, em algumas situações até digamos amigável. Poderia muito bem ser uma garota perfeita, do tipo líder de torcida ou aquela que consegue fornecer bebida alcoólica para todos sem que as autoridades superiores desconfiem, se tantos problemas não atormentassem sua vida. Adora tirar fotos, apesar de ter que remendar as que são rasgadas pelo seu outro ego, tem um senso de humor nato, canta, dança e toca um bando de instrumentos, sabe falar outras línguas tais como: Frances, Russo além do inglês. Um de seus defeitos mais presentes é o orgulho e ela não parece se importar muito com o fato de que vive em um internato, claro que não aceita plenamente perder a consciência de tempos em tempos, mas considera as pessoas problemáticas mais interessantes. Tem medo do futuro, ela não se imagina um dia fora do reformatório.

Sam – O lado obscuro sem duvida, a junção dos defeitos. Fria, manipuladora, egoísta, usa e abusa da ironia e do sarcasmo, uma vadia nata. É sem duvida a personalidade preferida de alguns, sabe ser uma garotinha malvada, e todos os argumentos que Kayra possui são usados de outra forma por Sam, como por exemplo, a dança, já que adora causar de forma sensual com isso. Seu sorriso dificilmente é verdadeiro e sabe o que fazer quando quer conseguir algo de alguém. Usa em geral roupas que mostre suas curvas definidas, sabe que é bonita e vive se vangloriando disso. É incapaz de sentir remorso ou culpa. Ela não tem amor à vida, não tem amor ao próximo, só ama a si mesmo. Típica narcisista. É capaz de pensar em planos mirabolantes e gosta de mudanças. O internato para ela é um antro de diversão. Tem medo de ser subestimada, de acabar “caindo do salto”. E seu nome foi escolha própria.

Nascida em uma família rica e bem estruturada que escondia todos os pobres por baixo dos tapetes de sua mansão, teve uma infância normal e até digamos feliz tirando o fato de não receber muita atenção.

Foi em uma manhã fria e chuvosa que o inferno começou, quando Kayra tinha treze anos. Frederic, seu pai que sofria de alcoolismo teve uma recaída, chegou em casa bêbado e fora de si. Sua mãe, Vallentine, cometeu o imenso erro de tirar satisfações e as lembranças que a garota tem daqui pra frente são turvas, dolorosas e horripilantes. Frederic cujo único defeito fora a bebida se tornou um monstro naquele momento, o sangue de sua esposa sujava suas vestes brancas, seu olhar que antes demonstrava a junção perfeita de ódio e raiva agora estava incrédulo, ainda segurava a faca lavada pelo vermelho vivo nas mãos e no momento que o baque surto do corpo sem vida da mulher atingindo o chão ecoou pela sala, Kayra levantou o olhar. Um grito, os passos ecoando pela escadaria interminável e o som oco de um tiro até por fim a bala atingir o alvo, repetindo o ato mais duas vezes, uma pena que os adultos achassem a mocinha adorável demais para nem ao menos deixar de mencionar onde guardavam uma arma. Foi ali que uma Kayra cruel e transtornada veio á tona e não a garota que passava maior parte do tempo tirando foto de tudo. Ela acabara de matar seu próprio pai, e simplesmente pegou uma jaqueta surrada, o dinheiro que “escondiam” na segunda gaveta da estante da sala de estar, derramar o liquido das embalagens de álcool, saiu pela porta da frente, acendeu o isqueiro e jogou lá dentro, tudo isso sem derrubar nenhuma lagrima. Depois disso vagou pelas ruas praticamente desertas de Cambridge e adormeceu na escadaria de um prédio qualquer. Aquela noite foi marcada pelo nascimento da segunda personalidade.

No outro dia logo pela manhã a moça acordou com os raios de sol cegantes, não fazendo a mínima idéia do que tinha acontecido. Voltou para casa desnorteada e quando finalmente chegou lá encontrou policiais, bombeiros e curiosos formando um semi circulo envolta da propriedade má estruturada que não chegou a ser reduzida a cinzas. Depois disso as coisas se tornaram confusas para Kayra, agora órfã que desconhecia uma parte muito importante de sua vida, e bem interessante para Sam que aproveitava as noites para fugir da casa da madrinha – sua guarda foi concedida a uma velha coroca rodeada de gatos que ficara muito feliz em receber a fortuna dos Learner e em troca cuidar da garota –, aprimorar sua própria personalidade e agitar as festas que aconteciam na cidade, era basicamente Kayra de dia e Sam de noite. Três meses depois a velhota começou a notar as alterações de humor que se tornavam constantes, diversos desmaios e inúmeras reclamações do colégio dizendo que a menina só dormia e muitas vezes cometia atos de vandalismo. A garota foi mandada a um psicólogo que teve a “sorte” de estar presente em uma das suas mudanças e encaminhou a menina para uma clinica onde ficou internada.

Kayra passava a maior parte do tempo dopada, drogada com os inúmeros remédios que obrigavam a tomar diariamente, o que antes eram longos cabelos loiros caindo suavemente até o meio das costas agora estava cortado em direções diferentes na altura do queixo, sua pele era mais pálida que o normal e as olheiras eram cada vez mais profundas e mesmo assim ela conseguiu atrair a atenção de um jovem enfermeiro ali. James tinha cabelos escuros e olhos da mesma tonalidade, era bem atraente, ele conseguiu driblar seus companheiros e levar alimentos saudáveis para a garota que conseguiu ficar em sã consciência para fingir que tomava os remédios e depois cuspir fora, os médicos eram tão infelizes que nem ao menos notaram a melhora da garota. James estranhamente gostava das duas personalidades, os papos inteligentes de Kayra e as tentativas de seduzi-lo de Sam. Até tiveram um pequeno romance, mas em uma noite tempestuosa Sam fugiu dali. Vagou pelas ruas novamente sozinha, servindo de fugitiva. Era difícil para Kayra acordar sozinha em lugares que ela não conhecia, não tinha o que comer nem nada, porém sempre tinha dinheiro no bolso – pois Sam fazia o favor de roubar tudo o que podia – e assim encontrou algo que a reconfortasse e fizesse o favor de esquecer momentaneamente os problemas e seguindo o exemplo do seu pai foi viver da bebida, o álcool servia para confortá-la, fazer com que ela não pensasse direito, porém para seu lado “obscuro” era algo que a tornava bem mais intensa. A garota se envolvia com pessoas quase tão perigosas quanto ela, dançava, bebia, fumava, aproveitava cada segundo que tinha e isso gerava consequências, como o coma alcoólico, problemas com policias e afins.

Acabou sendo obrigada a voltar a morar com a madrinha que por sua vez não aguentava mais os problemas que a jovem causava, foi aconselhada a mandá-la para um lugar que muitos temiam e foi isso que fez. Em junho foi mandada para o infinity institute. A primeira impressão do local não foi tão satisfatória, mas Kayra/Sam acabaram se adaptando cada uma de um modo diferente. O alcoolismo pode até parecer controlado na maioria das vezes, mas não está, os dois egos necessitam disso para continuar seguindo em frente.