[FP] Millman, Liesel

ㅤQuanto a personalidade, Liesel (quando não tendo ataques ou surtos) é quieta, tímida e reservada, nada muito fora do comum.

ㅤÉ atormentada a todo segundo por pensamentos de abandono e rejeição. Tem medo de que as pessoas que ela gosta a abandonem, por isso prefere não confiar em ninguém, mesmo que tenha uma esperança tremenda nelas. É impulsiva, ela costuma idealizar muito as pessoas que conhece, criando relacionamentos que as vezes não existem, o que a faz se decepcionar sempre.

ㅤQuando tem surtos, vê "coisas" que a perseguem constantemente, querendo tirar seu sossego e sua paz, mostrando a ela o quanto ela é sozinha no mundo, sente-se perseguida, assediada, comentada etc (as vezes vê suas criaturas até estando sã). Estes surtos são bastante frequentes, mas duram pouco tempo.

ㅤEla tem uma dificuldade imensa de controlar seus sentimentos (em sua maioria conflitantes), deixando-a com o humor sempre instável.
ㅤEstá sempre se arranhando, se cortando e se machucando. As vezes, sem querer durante um surto, as vezes para se lembrar do quanto ela é forte para aguentar aquela dor sozinha (mesmo que não seja tanto assim). Se fere também quando quer afastar certas sensações do seu corpo.

ㅤEstá sempre preocupada com as horas, olha sempre no relógio (mesmo não tendo um), pois tem medo de perder um compromisso importante, mais detalhes abaixo.

ㅤSeu nome verdadeiro não é Liesel, este é o nome de sua irmã gêmea (mais detalhes abaixo).

ㅤSua aparência de modo algum denuncia suas origens. Tem a pele um pouco mais morena do que um alemão 'puro', as maçãs do rosto são cobertas por sardas. Seus olhos são de um verde bem claro que contrastam com os fios castanho escuro, ondulados. Está sempre usando bandagens nos antebraços, resultados dos seus ferimentos, que nunca saram - pois ela não deixa, claro.

ㅤAbuso. Uma palavra para definir sua infância. Ela nunca quis isso, claro, mas não podia ir contra seu pai. A sua mãe morrera no parto, o pai usava o argumento da solidão, mas não era nada menos que um pedófilo estuprador. O seu pesadelo começou quando foram pegos pela sua irmã gêmea, Liesel. Elas tinham por volta de 10 anos, não conheciam nada do mundo, pobres meninas. Alena entrou em pânico, queria a irmã fora daquilo, queria que aquilo tudo acabasse, queria sumir. Liesel, por sua vez, tornou-se ainda mais introspectiva do que já era, mas guardou aquilo para si. Nunca tocaram no assunto, até aquela noite.


ㅤLiesel se viu obrigada a fugir com a irmã, mas Alena se recusou a ir. Deixar sua casa, a vida em que estava acostumada - mesmo que agora sem o seu pai - era inviável para ela, impensável. Liesel fugiu sozinha, abandonando a irmã. Alena nunca soube da morte da garota, nem nunca saberá - e é exatamente por isso que ela guarda consigo a maior rejeição que já sentiu, a da sua irmã.


ㅤFoi neste ponto que a sua vida começou a mudar. Alena não fora dada por louca, apenas porque conseguiu balbuciar algo sobre "invasão... assassinato", quando a polícia chegou, mas ela ainda era de menor. De menor, sozinha, abandonada pela sua única irmã, por sua mãe e até por seu pai. A garota foi levada a um lar adotivo, ou melhor, vários lares. Já estava acostumada ao abuso, mas os surtos que ela passara a ter não eram suportados por nenhuma família. Fugiu. Foi viver nas ruas, onde achava que era seu lugar, mas foi lá que conheceu o amor de sua vida - ou assim ela pensava. Ele a levou para casa, a tratou com carinho. Alena sentiu-se em um perfeito conto de fadas, até o dia em que ele sumiu. Mal sabia a garota que o rapaz havia sido atropelado e que nem seu nome verdadeiro ela sabia. O tempo fora passando e ela se conformando com a sua ausência, mas nunca a rejeição. Até que recebeu uma carta.

ㅤ"Querida Alena,
Há quanto tempo não nos vemos. Preciso te encontrar com urgência, sinto sua falta. Encontre-me na praça, amanhã às 8.

Sua,
Liesel."

ㅤSuas esperanças haviam voltado, sua irmã estava de volta para ela. Alena encontrou-se na praça, as 8 em ponto, esperando ansiosa pela chegada da garota, mas ela nunca veio. Estava checando o relógio pela décima vez quando apareceram os agentes do governo, para levá-la de volta ao orfanato.


ㅤMais um lar adotivo, desta vez o último. Mais abusos, por seu 'irmão' agora. Mais uma vez. Alena simplesmente não podia aguentar.
Menos uma faca na cozinha.
Apenas a mãe sobrou. Alena gostava dela, mas não era recíproco. A mulher lhe fez fugir e lhe perseguiu por muito tempo, até encontrar-lhe em um campo abandonado em Londres, acompanhada de dois homens de jaleco branco. A mãe não acompanhou até o final, apenas observou a distância.

ㅤ- Seu nome garota? - perguntou uma mulher estranha, no local para onde ela tinha sido levada.
ㅤ- Liesel Millman. - respondeu.