Matthews, James Turner

James é um garoto ruivo e olhos verdes, pouco mais de 1,70m de altura. Usa roupas de boa qualidade, mas estas estão, quase sempre, surradas e queimadas. Não é, normalmente, muito falante, mas às vezes resolve expor suas opiniões e visões, nada comuns do(s) mundo(s) que vive. Devido a esquizofrenia ouve vozes constantemente, criticando, aconselhando ou mandando-o fazer algo. A influência das vozes começou cedo e acabou “quebrando” a personalidade dele em três diferentes “eus”. Um é extremamente tímido, medroso e doce com quem o trata bem. Uma segunda parte é mais violenta e impulsiva, não pensa antes de agir, apenas obedece seu demônio interior. Já a terceira parte é dominada por vozes que o influenciam a seduzir, dão “dicas” e etc. O garoto já se relacionou com garotas e garotos, tendo o mesmo prazer com ambos.

Não é uma tarefa fácil cuidar de uma criança esquizofrênica, mas Kate fazia um ótimo trabalho, espantando os monstros e calando as vozes que falam com James. O mesmo não podia ser dito de Michael, pai de James. Desde a gravidez ele havia rejeitado o garoto e o batia sempre que a mãe dele não estava por perto.
Quando tinha ataques, o pai trancava-o no porão escuro, oque apenas piorava, fazendo-p gritar e chorar até esgotar suas energias e adormecer, sendo acordado aos chutes pouco antes da mãe chegar do trabalho. James então passou a levar sempre um isqueiro consigo, objeto que levou-o a alguns problemas, como da vez que estava se escondendo na biblioteca e ateou fogo às cortinas ao ver mãos saírem da mesma e tentarem alcançá-lo.
Havia situações em que o garoto se transformava, passando de um garoto doce e com medo de tudo para alguém que colocava medo nos outros com surtos quase psicóticos e violentos. Conforme crescia, as “vozes” mudavam, haviam as vozes que colocavam medo no garoto medroso, as vozes que o incitavam a fazer crueldades e as vozes que aconselhavam num ponto mais sexual, dando “dicas” e levaram a experimentar coisas novas. O garoto era inconstante, alternando entres as três versões de si mesmo, dependendo apenas das vozes em sua cabeça. James não era um garoto com “pensamento próprio” apenas um fantoche nas mãos invisíveis  
A paixão pelo fogo aumentava e os abusos do pai continuavam. Uma noite, após ter sido jogado no porão pela enésima vez, dessa vez por gritar com vozes que o chamavam de "palito-de-fósforo", James acendeu uma pequena vela e a observou queimar até adormecer no chão frio. Naquela noite ele não foi acordado por pontapés ou puxões de cabelo, mas sim pela fumaça que invadia suas narinas fazendo seus pulmões arderem. James correu, subiu a escada e espancava a porta.
Ele queria sair dali, precisava sair dali. As vozes reapareceram e começaram a sussurrar "isto é tudo culpa sua, inútil, agora vai morrer!" e riam. Aceitando a morte, James desceu a escada e se encolheu contra a parede ao fundo do porão e chorou.
Alguns minutos se passaram e o fogo já havia engolido boa parte do cômodo quando, num estrondo, a porta se abriu e Kate aparece, o desespero estampado em sua face. Ela correu por entre as chamas e se ajoelhou em frente a James, pedindo-o para se concentrar apenas na voz dela, que tudo ficaria bem mas eles precisariam sair dali primeiro.
James ainda chorava, mas havia decidido sair dali, pela mãe. A escada estava em chamas, frágil. James subiu na frente o mais rápido que podia, seguido por sua mãe, mas no meio da escada ela cede, fazendo com que Kate fosse engolida pelas chamas douradas provocadas por James.
O mundo havia parado, James apenas chorava e observava as chamas consumirem o corpo da mãe, antes de arrastado para fora por um bombeiro. Sujo de fuligem e com bolhas por todo o corpo James ouvia as vozes dizendo que havia sido culpa dele; que sua mãe estava morta por tentar salvá-lo; que ele é quem deveria estar morto, mas por cima dessas vozes, havia a voz da mãe agora, dizendo que tudo ficaria bem.
Mas não ficou, o pai também o culpava, a polícia o culpava e ele, mais do que outros, se culpava. O pai não o queria mais e não havia família em outros lugares, então o Juizado de Menores o jogou na Infinity, sob o pretexto de tratar as tendências piromanícas, que eram perigosas caso ele ficasse no "convívio com a sociedade comum".